O abastecimento de água em Indaiatuba iniciou-se em 1937, até então, a população utilizava a abertura de poços nos quintais das casas para o abastecimento domiciliar, mas devido a proximidades das fossas sépticas, esta água não era indicada para beber ou cozinhar.
A população então, fazia uso para estas finalidades, de água de bicas, vinda das nascentes, localizadas no terreno de frente à antiga estação de trem (Buraco da Estação) e no local onde hoje está o monumento do chafariz, no final da Rua Cristiano Steffen, na Praça Elias Regina. Em 1913, o então prefeito da cidade, Major Alfredo de Camargo Fonseca, já previa “… a necessidade urgente que faz sentir de uma rede de abastecimento de água para a cidade.”
Neste mesmo ano, o prefeito encarregou o Eng° Dr. Arthur Krug de estudar a implantação deste serviço, mas as altas cifras necessárias não permitiram a execução da obra.
Em 1915, o mesmo prefeito, procurando encontrar uma solução para este antigo problema, porém com poucos recursos, utilizou-se do Córrego Belchior (nascido num terreno da prefeitura, em frente à Estação Sorocabana, conhecido como Buraco da Estação), como sistema de abastecimento da cidade, onde a água era trazida de um pasto de propriedade de Francisco de Campos Toledo.
Neste sistema com o auxílio de uma bomba de pistão elétrica, a água era captada do Córrego, sua filtração feita por cascalho, areia e carvão (considerada boa para consumo, por um agente sanitário, Arsênio Osvaldo Sevá, que não constatou a presença de colônias de germes), e conduzida por meio de tubulações, até uma caixa d’água construída na esquina das ruas 15 de Novembro e Cerqueira César, para então ser canalizada com canos adquiridos do município de Itu, para torneiras embutidas em pilares de cimento, a que o povo chamava de “chafarizes”.
Estas torneiras públicas tinham as seguintes localizações:
- Augusto de Oliveira Camargo – abaixo da linha do trem
- Praça Leonor de Camargo Barros
- 15 de Novembro com Cerqueira César
- 13 de Maio com Padre Bento Pacheco
- Cerqueira César com Pedro de Toledo
- Candelária com Siqueira Campos
- Pedro de Toledo com Siqueira Campos
- 15 de Novembro com 11 de Junho
As torneiras eram muito frequentadas, principalmente por crianças que traziam os seus carrinhos para baldear a água. À medida que iam chegando ao chafariz, marcavam a sua vez de encher as latas. Alguns destes meninos eram “aguadeiros” ou vendedores de água, que com o produto de seu serviço, auxiliavam os pais na manutenção da casa. Eles tinham a sua freguesia certa, servindo-a diariamente.
A prefeitura mantinha carroças com tambores de água que em tempo de seca forneciam o precioso líquido à população.
No tocante ao esgoto, em algumas casas existiam fossas, em outras somente latas servindo de depósito. Havia então a necessidade da Prefeitura Municipal, manter uns funcionários carroceiros que, com suas viaturas cheias de pipas com grandes funis, recolhiam as latas com esgoto e lixo que as pessoas deixavam em frente a suas casas. Depois de recolhido, todo o material era jogado em terrenos ao redor da cidade.
Em 1922, em relatório enviado a Câmara Municipal, o prefeito relatava a necessidade de construção de uma lavanderia pública. “..Impressiona-me muito a lavagem de roupas nos córregos.” “…a impressão desagradável que tínhamos vendo as mulheres expostas ao rigor do tempo, permanecendo molhadas nas margens do córrego, muitas delas obrigadas a levarem para o mesmo, crianças que eram sujeitas a contraírem moléstias, sempre mereceu nossa melhor atenção.”
E assim, foi construída junto ao local de captação de água, uma lavanderia pública.
Em 1927, a Câmara aprovou a contratação de uma empresa de São Paulo, para realizar um levantamento sobre a possibilidade de utilizar água da Fazenda Bela Vista, mas este projeto não foi realizado, pois foi negado pelo Departamento de Municipalidades de São Paulo.
Somente em 1934, há registros de efetiva ação para tentar resolver o problema com o abastecimento da cidade, quando o governador do Estado de São Paulo, Dr. Armando Salles de Oliveira, nomeia novo prefeito para Indaiatuba, Dr. Scyllas Leite de Sampaio. Estudos feitos pela empresa contratada, Pegada & Souza e Cia Ltda, sugeriu que a cidade deveria ser abastecida pelo manancial existente no local denominado “Barroca Funda” pela “alta qualidade da água, dispensando tratamento e com volume suficiente…” para atender uma população cinco vezes maior que a existente na época.
Após os trâmites legais, o projeto foi colocado em prática, porém não foram liberados os numerários necessários. Neste momento, a família Camargo, representada pelo casal benemérito Sra. Leonor de Paula Leite Barros Camargo e Sr. Augusto de Oliveira Camargo, vem suprir esta necessidade, colocando o dinheiro à disposição para que se pudesse iniciar as obras o mais breve possível.
Então em 02 de Fevereiro de 1936, a pedra fundamental é lançada, iniciando-se a construção da adutora do Cupini, local onde exuberantes nascentes formavam um pequeno lago. As obras terminaram exatamente um ano depois, em 02 de Fevereiro de 1937 (no dia da padroeira da cidade), e a água passou a ser recalcada para a população sem tratamento algum, devido a sua alta qualidade. Foram importados de Hamburgo, na Alemanha, 400 hidrômetros para serem instalados na cidade. As primeiras 400 casas começam a receber as ligações. Um milhão e cem mil litros de água chegam as casas. As casas mais distantes do centro, ainda continuam a se abastecer de água de poço. Esta rede de abastecimento se constituiu na viga mestra que durante vinte anos proporcionou à cidade de Indaiatuba, a solução para o problema do abastecimento, mas, de acordo com os livros de Registro de Água, os hidrômetros foram abandonados, cobrando-se apenas uma taxa diferenciada por prédio residencial, comercial ou industrial.
Porém a população foi aumentando e em 1957, tentando amenizar o problema de falta d’água, o Prefeito Lauro Bueno de Camargo investiu em uma nova mina a 400 metros do antigo manancial, levando água para os bairros de Vila Areal; Vila Almeida; Vila Sfeir; Vila Industrial; Vila Nossa Senhora Candelária, Cidade Nova e parte da Vila Furlan.
Neste mesmo ano, foi autorizado um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal – CEF, para a construção de uma estação de tratamento de esgotos, empréstimo este que não chegou a ser concluído devido à recusa, pelo Poder Judiciário, na aprovação das contas do ex-prefeito, requisito importante para a cessão do crédito.
Em 1958, por indicação do vereador Basílio Martins, devido aos abusos de muitos proprietários que demoravam até 3 anos para pagar a taxa d’água, foi aprovada a cobrança trimestral, nos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro.
Em 1960, a cidade continua tendo problemas com a falta d’água. O prefeito Alberto Brizola contratou uma empresa de engenharia, para realizar estudos para a captação do manancial da Fazenda Morungaba.
Nesta época o Serviço de Abastecimento era apenas um departamento da prefeitura e as manutenções e serviços eram executados pelos funcionários que iam a pé ao local, utilizando-se de carriolas onde transportavam ferramentas e peças.
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